Roger Federer é um homem que transpira sucesso



Dificilmente algum tenista conseguirá, nos próximos 20 anos, bater a coleção de recordes do suíço Roger Federer, algo que inclui 302 semanas como número 1 do mundo, 17 títulos de Grand Slam, duas medalhas olímpicas (ouro e prata) e mais de US$ 76 milhões de premiação - e essa estimativa é do próprio atleta. Atual número 2, o que é um mero detalhe circunstancial na trajetória do maior tenista de todos os tempos, ele avisa que ficará mais seletivo em relação aos próximos torneios para se manter fisicamente combativo ante a nova geração de supermáquinas que está chegando. Mesmo assim, não vê por enquanto ninguém que possa apontar como sucessor. "Acho que está meio seco por agora. Anda difícil para os adolescentes conseguirem chegar lá neste momento. Talvez o jogo tenha se tornado físico demais, então os jovens talvez precisem de mais tempo para se tornarem atletas e homens. Se você olha para trás, para a minha geração, Nadal (Rafael), Djokovic (Novak), o movimento agora está mais lento. Há talentos lá fora, mas ainda não vi nenhum que possa se tornar número 1, sinceramente".

Bom moço

Federer tem mesmo pinta de bom moço. O cabelo não sai do lugar, os ternos bem cortados são Dior, o papo é olhando nos olhos com sorriso aberto sem tergiversar de qualquer pergunta. Não por acaso, atualmente, ele é o rosto de dez marcas de alto luxo, inclusive sua mais nova alardeada contratação como embaixador do centenário champanhe Möet & Chandon. Mas atleta combina com álcool? "Eu comemoro há dez, 12 anos as vitórias com champanhe, então nada mais natural. A primeira vez foi no campeonato júnior de Wimbledon, teve um baile e me ofereceram. Como é um vinho, você aprende a apreciar mais com o tempo. Hoje meu paladar está mais adulto, bem diferente do garoto que eu era. Eu sinto que o gosto melhora com o tempo. Hoje eu bebo mais champanhe do que qualquer outra bebida".

Ícone de estilo

Sem falsa modéstia com o posto de ícone de estilo, ele conta que o aprendizado foi paulatino. "Eu me sentia desconfortável em ternos. Daí, comecei a usar no dia a dia para me fazer confortável; ia jantar de terno, saía para coisas banais de terno, até me acostumar. As quadras também aderiram à moda; antes a tradição era o branco, agora são cores. Isso foi meio lançado pelo Guga (Kuerten) e pelo Agassi. Aprendi a apreciar essa coisa de estilo dentro e fora das quadras. Mas ainda me impressionam as tendências que mudam toda estação. Eu preciso ser básico quando viajo, combinar tudo para não levar coisas muito diferentes".



Fama de chorão

Durante muitos anos, a fama de chorão o perseguiu. Se venceu ou se perdeu, o importante é que emoções ele viveu, sem se importar com a plateia ou as câmeras. Talvez aí tenha sido "adotado" pelas multidões, encantadas pelo exímio, mas emotivo superatleta. "Quando eu era jovem, chorava por perder no xadrez com meu pai ou nas partidas. Daí você acha que é o fim do mundo, que não vai ter outra chance. Muitas dúvidas poluem a sua mente. Quando fica mais velho, você chora pela exaustão mental ou por lembrar como foi difícil chegar até aqui.

Eu nunca imaginei que fosse chorar de felicidade até uma certa idade. Quando ganhei do Pete Sampras em Wimbledon, foi um momento surreal para mim, como um sonho se tornando realidade. Eu jogando e ganhando do meu ídolo, foi demais. Sou mesmo muito emotivo em tudo; choro em casamento, nascimentos, por sonho que eu conquistei. Eu prefiro mostrar para mim, mas acontece aos olhos do público, fazer o quê".

CRÉDITO: GQ BRASIL

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