Mesmo que os motivos nem sempre tenham sido muito claros, é fato que há milhares de anos o homem sente necessidade de amarrar um tecido ao seu pescoço. Os antigos egípcios, por exemplo, usavam um nó particular como sinal de proteção aos falecidos. Na primeira metade do século 17, as esposas dos soldados croatas costumavam presenteá-los com lenços para que os mesmos se lembrassem delas.

Mas a gravata mesmo só teria surgido no final deste mesmo século, quando o rei francês Luís 14 adotou o acessório, usado por seu exército particular para diferenciá-lo dos outros homens nas batalhas. Hoje, por mais que não seja um item essencial ao guarda-roupa masculino, a gravata se tornou símbolo de status e elegância.

Pensando nisso, uma das marcas de luxo mais importantes da moda masculina mundial, a italiana Ermenegildo Zegna, trouxe ao Rio de Janeiro a especialista italiana Chiara Colombo para revelar, em um breve workshop para convidados, como é feita a legítima gravata de luxo. Vale lembrar que a Zegna empresta seus conhecimentos para outras marcas de renome como Giorgio Armani, Gucci e Versace.

"Uma gravata demora entre 30 a 40 minutos para ser confeccionada. Isso se não cometermos nenhum erro", conta Chiara, que trabalha na empresa há dois anos, mas já faz gravatas há 10. “Minha irmã mais velha começou a fazer e, como toda irmã caçula, eu queria fazer tudo igual a ela”, diverte-se.

A Ermenegildo Zegna conta com uma equipe destes chamados "artistas de gravatas", que corta e costura à mão praticamente toda a peça - a primeira junção dos três principais pedaços da gravata é feita com máquina de costura. O quarto pedaço é a presilha que é costurada à mão depois. “É quase uma obra de arte”, diz ela.

A cada estação, cerca de mil modelos novos são desenhados pela Zegna, que tem como principais características as gravatas de seda pura e estampadas. Todas com um detalhe característico: na parte de trás da gravata, é costurado um ponto de fechamento, que denota o status da peça. No caso da Zegna, este tipo de ponto se chama “punto asola”.

Chiara explica que alguns detalhes são fundamentais para se fazer uma gravata italiana. A costura da peça tem de ser feito com apenas um fio de poliéster para que a gravata, quando esticada, não perca a maleabilidade. Outro fator importante é que o forro da gravata, chamado de alma, seja feito de tecidos naturais, de lã e algodão. Isso dá à peça memória, ou seja, que ela volte à forma inicial, mesmo depois de vários nós.

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